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Você, empresário, faça uma pergunta a si mesmo neste momento: "eu invisto no crescimento individual das pessoas que trabalham na minha empresa?" Se você está em busca de aumentar suas vendas, o lucro da sua empresa ou ampliar seu negócio, dê atenção a esta pergunta. Cada vez mais as empresas estão percebendo que o foco para melhor rendimento de seus negócios não está somente nos processos de produção, mas sim, nas pessoas.
Nesta reportagem, Carreira & NEGÓCIOS conversou com alguns especialistas em gestão de recursos humanos que afirmam que é possível "fabricar talentos" dentro de uma empresa, seja ela de grande ou pequeno porte, pois isto pode ser uma boa maneira de alavancar os negócios e melhorar resultados.
Como identificar talentos?
De acordo com os dicionários, uma pessoa é talentosa quando possui uma certa "agudeza de espírito, uma disposição natural ou qualidade superior às outras pessoas. É inteligente e de grande capacidade". É fácil identificar pessoas que têm algumas capacidades que, em geral, nós identificamos como um "dom natural" para determinadas atividades. Mas será possível "fabricar" esses dons?
"É possível, sim, 'fabricar' um talento. As pessoas podem mudar seu comportamento, desde que tenham a necessária motivação e determinação para fazer isso", afirma o consultor em gestão de Pessoas e Orientação Profissional, e vice-presidente da Thomas Brasil, Edson Rodriguez.
Ele explica que em um processo de autodesenvolvimento, o indivíduo deve ser exposto ao seu próprio perfil comportamental, o autoconhecimento, neste caso, é um fator preponderante para o crescimento profissional.
"Trata-se de trabalhar a máscara profissional do indivíduo, conduzindo, aconselhando e direcionando-o para um conjunto de ações que irão fazer com que o talento desejado se manifeste. Nesse casso, é importante também criar condições para que essa máscara profissional se mantenha por um longo período", diz.
Para Rodriguez, cada vez mais os profissionais querem trabalhar em empresas que agreguem valor à sua vida profissional, o qual pode ser tanto financeiro, quanto de conhecimento. "É preciso compreender que pessoas com esse perfil são ambiciosas, buscam seu próprio futuro e se não veem oportunidade na empresa em que estão, vão buscar em outro lugar", afirma.
É melhor dar ouvidos a eles
De acordo com o sócio-diretor da Compass, consultoria especializada em desenvolvimento humano, Wilson Roberto Lourenço, quando o profissional tenciona abandonar uma empresa é comum que ele dê sinais de seu descontentamento. Ou seja, ele avisa ao contratante que alguma coisa precisa mudar e, segundo o consultor, este pode ser o melhor momento para que os diretores avaliem seus planos de carreira e busquem benefícios a fim de reter colaboradores que fazem a diferença em suas organizações. "Quando trabalhava como gestor, cheguei a ter colaboradores que manifestaram que estavam insatisfeitos com a empresa, e que se algo não fosse apresentado a eles, em termos de treinamento ou de reconhecimento, o currículo deles estava atualizado", conta
Lourenço explica que essas manifestações não devem ser vistas como reclamação, pois na verdade o colaborador está dando uma oportunidade para que a empresa mude. Neste momento, o melhor a fazer é engolir o orgulho e dar ouvidos às queixas. "Se eu tiver essa oportunidade de ouvir alguém reclamando de mim como gestor ou descontente com algo que eu fiz, eu vou ficar agradecido. Pois isso me dá a oportunidade de melhorar meu relacionamento como líder", diz.
Infelizmente, comenta ele, por orgulho, alguns tendem a perder seus talentos para outras empresas ou até para um concorrente.
A empresa que "fabrica" talentos
Uma das maneiras de se manter talentos é mostrar ao profissional que trabalhar naquela organização será uma experiência de aprendizagem. "Quando o profissional compreende que ele está em um local de desenvolvimento e não apenas em um local de sobrevivência, começa a agregar valor para sua careira. O empresário deve transformar a sua empresa em uma escola corporativa, com equipes que aprendem e pessoas que aprendem, porque isso levará sua organização para um patamar de 'Fábrica de talentos'", afirma o diretor-presidente da Escola de Negócios MASTER MIND, Jamil Albuquerque.
Especialista na formação de líderes em vendas, Albuquerque enfatiza que esta é uma profissão nem sempre abraçada por muitos, mas determinante para o sucesso de qualquer negócio. "O profissional de vendas é a ponta de aríete que quebra a rocha para a locomotiva empresarial andar. Todos têm clareza de que, se algum departamento não for bem, a empresa sobrevive, mas se as vendas não estiverem bem, ela morre", adverte.
De acordo com ele, o Brasil ainda sofre de um problema cultural, principalmente no setor varejista, no qual o trabalho do vendedor é visto como um subemprego. Acredita-se que este profissional seja temporário e, tanto o empregador quanto o funcionário, não investem em conhecimento nessa área. Pior que isso, algumas empresas não investem no treinamento de seus vendedores, por medo perdê-los mais tarde para outros segmentos ou um concorrente. "Quando encontrar um supertalento em vendas, convideo para ser seu sócio. Afinal, é melhor ganhar uma participação no negócio do que um concorrente. Você já parou pra pensar o quanto a sua empresa teve de prejuízo por não ter pessoas treinadas?", aconselha.
Para ele, um dos papéis do líder é ser treinador, caso contrário, ele será ultrapassado pela concorrência e ainda terá prejuízos com vendedores mal preparados. "A maior tarefa de uma empresa é treinar pessoas. O empresário que pensa encontrar profissionais prontos fracassará, pois eles não existem", adverte.
por Lincoln Martins
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