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O que sentimentos como inveja, orgulho e medo têm a ver com produtividade? Segundo o empresário contábil e máster coach Juliano Francisco, tudo. E é a partir deste olhar que é possível entender a complexidade do assunto. Pensar a produtividade como horas de trabalho a mais ou cursos de especialização oferecidos pelas empresas é, no mínimo, simplista. O ser humano é complexo e torná-lo altamente produtivo também.
"Todos temos sentimentos que, num primeiro momento, podemos enxergá-lo como negativo e transmitimos isso no ambiente de trabalho. Então cabe ao gestor potencializar o lado bom de um sentimento que seria ruim", explica Francisco. A teimosia, por exemplo, faz com que um determinado profissional se imagine o "dono da razão", mas potencializada de forma correta se exprime em ações de determinação, torna a pessoa mais envolvida no ambiente profissional e ela "faz chover no deserto".
Mas atingir isso demanda esforço por parte do empregador. O especialista ouvido pelo Sescap-Ldr salienta que "a empresa precisa ter metas e objetivos bastante claros e alinhar isso com o colaborador. Isso cria envolvimento do empregado com o local de trabalho e torna a equipe mais engajada". Uma das formas que a empresa tem de se conseguir isso, é compreender as dificuldades de seus colaboradores que corroboram para a queda de produtividade. "Se o local de trabalho será reformado ou a empresa passará por mudanças, avise-os com antecedência, se passam por dificuldades financeiras, ofereça um curso de finanças pessoais, para os dias mais tensos, dê uma sessão com um massoterapeuta no próprio ambiente de trabalho", enumera.
Nelson Barizon, diretor do Sescap-Ldr, utiliza como exemplo o atual cenário de crise em que muitas empresas passam por dificuldades que afetam diretamente sua saúde financeira, o que reflete no alto índice de desemprego que já atinge 14,2 milhões de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Talvez seja o momento de ver as coisas e ao invés de dizer "por que?", talvez possamos dizer "por que não?". E isto vale para cada indivíduo, indagar-se, avaliar e se reinventar. Para a empresa não é diferente. Olhar para dentro de sua equipe e avaliar os potenciais existentes e explorar estas habilidades em busca de resultados. Faça um planejamento real de suas potencialidades em parceria com seus colaboradores, capacitando-os, incentivando-os para o protagonismo desta virada de situação, com as variáveis e realidade que estão sobre o domínio de sua organização".
Saindo do campo subjetivo e indo aos números, Francisco afirma que quatro trabalhadores brasileiros produzem o mesmo que um trabalhador americano. A informação é referendada pelo Conference Board, uma organização americana que reúne aproximadamente 1200 empresas públicas e privadas de 60 países e pesquisadores. O máster coach acredita que, entre os fatores, que deixa o Brasil comendo poeira está a flexibilidade das leis trabalhistas dos EUA em relação às nossas. Mas não é só isso, é também comportamental. "O americano é focado em resultado, em metas. O brasileiro é focado em direitos e bem-estar".
Isso significa que não só o empregador tem responsabilidade em tornar o ambiente de trabalho mais produtivo, como o empregado também tem sua fatia de culpa para a baixa produtividade. Tendo em vista isso, é preciso atentar-se a comportamentos considerado tóxicos e que apontam para a baixa autoestima no meio corporativo. "O uso excessivo de redes sociais, dentro e fora do expediente, e a ingestão descontrolada de alimentos e bebidas alcoólicas são sinais desse descontrole emocional que está ligado, em muitos casos, ao ambiente de trabalho", conclui Francisco.
O que sentimentos como inveja, teimosia, orgulho e medo têm a ver com produtividade? Segundo o empresário contábil e máster coach Juliano Francisco, tudo
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