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Um novo estudo do Boston Consulting Group bate na tecla que tem sido apontada como uma das grandes tendências de RH mundialmente: um bom departamento de recursos humanos ajuda nos resultados financeiros de uma empresa. O estudo foi feito em parceria com a World Federation of People Management Associations (WFPMA), e divulgado no começo deste mês.
Foram analisadas as performances de dez anos das empresas do ranking de 2014 das Melhores Empresas para Trabalhar, da revista Fortune, e as estruturas de seus departamentos de RH. O resultado foi uma relação direta entre os dois pontos analisados: as 100 companhias com os RH mais fortes tiveram os índices financeiros quase duas vezes melhores que os das demais. No entanto, os autores do relatório observam que esse é o caso apenas se os líderes de RH trabalham em parceria com os CEOs. “As funções de RH precisam se conectar a todas as partes interessadas”, afirma Jean-Michel Caye, sócio sênior do BCG e coautor do relatório. “Essas partes são tanto as de dentro da empresa, como também, cada vez mais, as de fora. Assim, é possível melhorar o desempenho operacional e financeiro”.
O estudo ressalta a importância de uma relação transparente e de confiança entre os gestores de RH e os de negócios. Mas, de acordo com os dados, esta ainda é uma realidade distante para muitas empresas. Foram observadas 27 áreas de RH, como liderança, gestão de talentos e planejamento estratégico. Os entrevistados de fora do RH classificaram 40% dessas áreas como “zona vermelha”, isto é, com uma necessidade significativa de ação. Já os profissionais de RH fizeram uma análise mais otimista. Não apontaram nenhum das áreas como zona vermelha.
Essa diferença de percepção também aparece na avaliação feita pelos funcionários de outras áreas e os do RH sobre o nível médio de desempenho dos empregados. Os que não trabalhavam no RH avaliaram a capacidade de gestão do grupo significantemente inferior à avaliação dos integrantes do RH em relação ao próprio desempenho.
Desempenho que pode ser medido
As empresas foram divididas entre as com melhor e pior performance, de acordo com a variação média de receitas e margens operacionais, com a identificação de questões comuns em cada grupo. A descoberta mais notável, segundo os autores, foi a de que os departamentos de RH em empresas com melhores desempenhos financeiros se revelaram mais capazes de identificar prioridades para aumentar a capacidade da área e, portanto, direcionar seus investimentos e esforços futuros muito de maneira mais eficaz. “As empresas com desempenho financeiro mais baixo adotam uma abordagem mais arbitrária para investimentos de RH”, diz Rainer Strack, sócio sênior do BCG e coautor do estudo.
Os resultados também indicam uma forte correlação entre o uso de indicadores de desempenho no RH (KPIs) e uma postura mais estratégica. A mensagem para os profissionais de RH é clara: quem quiser um lugar nas reuniões estratégicas com executivos do C-level deve ser capaz de avaliar e comunicar o desempenho de sua área. Isto implica em ir além de métricas rudimentares, e passar a olhar para questões como custo de pessoal e quadro de funcionários. Também devem entrar no plano indicadores de resultados mais sofisticados, que podem medir a produtividade dos funcionários e outros dados críticos.
A pesquisa deste ano se baseou em respostas de mais de 3.500 executivos, de uma ampla gama de indústrias, em mais de 100 países. Os autores também realizaram entrevistas com 64 gestores de RH e profissionais de outras áreas.
UM NOVO ESTUDO REFORÇA UMA DAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DE RH: UM DEPARTAMENTO MAIS BEM ESTRUTURADO E PRÓXIMO AO CEO CONTRIBUI PARA MELHORES RESULTADOS FINANCEIROS
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