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Gabriela Szprinc
O Dia Internacional da Mulher deste ano dedica-se ao tema "Fazer acontecer". Faz sentido. O empreendedorismo – até há pouco identificado como uma qualidade masculina – subiu no salto, passou batom e conquistou uma parcela de jovens mulheres, mundo afora. Em comum, elas trazem a marca da autoconfiança.
É o que revela uma recente pesquisa do PayPal feita entre mulheres empresárias que têm um negócio próprio (a menos de três anos) e mulheres que querem abrir os seus próprios negócios. As entrevistas, conduzidas nos Estados Unidos, China, França e México, indicam que metade delas, efetivamente, descreve-se como “otimista”. Para elas, há muito o que fazer e poucas são as barreiras para o seu sucesso profissional. A independência financeira é outro grande motivador do exército feminino. O fator é citado por 64% das norte-americanas, 62 % das mexicanas e 47 % das chinesas.
No Brasil, uma nova geração de mulheres chega ao mercado não apenas nos modelos tradicionais de negócios, mas também na internet, em que o e-commerce brasileiro – segundo um levantamento IPSOS e PayPal – movimentou no ano passado perto de R$ 70 bilhões e deverá bater em R$ 93 bilhões em 2016.
Elisa Melecchi é uma das milhares de empreendedoras brasileiras que dão um rosto novo a esta tendência. Aos 28 anos, esta administradora formada pela PUC do Rio de Janeiro, abriu mão de trabalhar no marketing digital de sites do grande varejo carioca – Casa e Vídeo e Leader são dois exemplos – para montar com a sua sócia Luiza Nolasco uma empresa de sucesso na web. Seu e-commerce de bolsas de grife – à venda e para alugar – mal completou dois anos, já fatura uma média de R$ 50 mil a R$ 100 mil ao mês. O modelo de negócios é simples. A logística, baseada em entregas rápidas via correio, está aliada a um sistema de pagamento que permite à varejista trabalhar com transações pré-aprovadas de cartão de crédito, o que garante que quem aluga uma bolsa Hermès de R$ 20 mil efetivamente a devolva, para não ter o valor total do produto descontado em seu cartão de crédito.
Uma história de natureza similar dá-se no México. Olivina é uma loja online de itens de beleza. Apesar da grande concorrência, Mariana Diez, Elisheva Quiroz e Michelle Meaux detectaram uma oportunidade no segmento de higiene pessoal premium de produtos naturais e livres de ingredientes tóxicos. Investigaram os melhores, boa parte deles importados. O difícil foi convencer as empresas dessas marcas a lhes permitir comercializá-las no México. Hoje, seu modelo de negócios baseia-se em frete grátis na entrega de produtos em todo o México, dependendo do valor, e um programa de proteção ao comprador do PayPal. Por meio dele, se o produto pedido pelo consumidor não chegar, ou não for o que o consumidor pediu, ele pode pedir o reembolso do valor. O sucesso da Olivina pode ser medido pelos 20% de crescimento ao mês, registrados pelo site.
Essas duas histórias apenas indicam que a energia para “fazer acontecer” está disseminada, de norte a sul, no Brasil, na América Latina, e ao redor do mundo. Definitivamente, não se limita a comemorações do Dia Internacional das Mulheres. Mas sempre vale a pena comemorar e convidar novas candidatas a assumirem um papel de liderança na economia.
Em comum, elas trazem a marca da autoconfiança
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