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Já ouviu falar em defaunação? É ameaça crescente no mundo


Se perguntarem a uma pessoa quais são os grandes problemas ambientais dos dias de hoje, é certo que o desmatamento constará na lista. Mas a fragmentação do habitat causa não só a perda de várias espécies vegetais, mas também contribui com a defaunação, uma onda crescente de sumiço de espécies.

Uma série de artigos publicados na revista científica Science, nesta sexta-feira (25), alerta que o mundo está passando por uma das maiores extinções de animais já vista, um problema galopante, mas pouco falado.

Há um agravante: diferentemente do desmatamento, que é detectável por satélites, o declínio de espécies animais pode passar despercebido pelos órgãos de proteção ambiental.

Contudo, reserva consequências semelhantes em termos de escala e impacto.

A perda de grandes espécies, como tigres, rinocerontes, e pandas, até dos menores animais, como o elefante besouro, vai alterar fundamentalmente a forma e função dos ecossistemas dos quais todos nós dependemos, alertam os cientistas.

Além da perda de habitat, a caça furtiva é o outro agente depredador. A prática alimenta um dos mais lucrativos comércios ilegais do mundo: o tráfico de animais ou suas partes (como os chifres de rinocerontes e marfins), que movimenta aproximadamente 20 bilhões de dólares por ano.

Mauro Galetti, professor do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, Câmpus de Rio Claro, é um dos autores dos artigos, produzidos em parceria com pesquisadores dos Estados Unidos, México e Reino Unido.

Segundo ele, do ponto de vista de abundância, nos últimos 40 anos, muitas espécies reduziram suas populações em cerca de 30%. A redução da abundancia de invertebrados tem sido mais severa ainda: 35% nos últimos 40 anos.

“Eles fornecem serviços ambientais imprescindíveis à sobrevivência da nossa própria espécie, não apenas porque são bonitinhos, diz Galetti.

A polinização, por exemplo, que é um processo vital para o equilíbrio da natureza, corre risco. Insetos polinizam 75% da produção agrícola do mundo e a redução na fauna de abelhas e outros polinizadores pode reduzir a produção de alimentos.

Outros animais, como morcegos e aves controlam pragas agrícolas, um serviço estimado em US$45 bilhões de dólares por ano só nos Estados Unidos.

Estudo publicado na revista Science alerta para as consequências de um planeta sem animais

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