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Joana Locatelli, Edimilson Corrêa
Joana Locatelli
Psicóloga e consultora de gestão de pessoas
O papel da liderança em tempos de incerteza é o mesmo que em outros momentos. O líder deve cuidar para não ligar o piloto automático e deixar que suas preferências pessoais prevaleçam no lugar do comportamento mais indicado para a situação. Por isso, buscar o autoconhecimento é fundamental.
Além disso, para a sobrevivência da organização, o gestor deve se perguntar: por que existimos? Qual a razão do que fazemos? Este propósito deve agregar valor à sociedade. A “síndrome de Eike Batista”, autocentrada, onde querer ser o homem mais rico do mundo era a finalidade, não funciona.
Também é importante que a liderança não mascare ou omita resultados. A transparência da liderança cria o sentimento entre os colaboradores de responsabilidade com a organização.
Se você é um líder, mais do que nunca não pode ter medo de inovar, de pensar fora da caixa, pois isto ajudará a criar uma organização diferenciada, que funciona em harmonia num ciclo simultâneo, de dentro para fora. Olhe para dentro da organização. Seu melhor cliente é seu liderado. Atenda à necessidade dele e ele trabalhará motivado e comprometido, consequentemente satisfazendo seu cliente, que faz parte da sociedade, exatamente onde seu colaborador está inserido.
O gestor que valorizar ideias e opiniões da equipe, andando ao lado dela e não à frente, irá cocriar soluções para os problemas. Isto o auxiliará a traçar metas claras e possíveis de serem alcançadas neste momento de incertezas.
A crise é real, porém o medo e a insegurança são piores do que ela. É importante não se colocar no papel de vítima, pois a crise está aí para todos. O pessimismo não irá mudar o cenário atual da economia, mas o reposicionamento do líder, sim.
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Edimilson Corrêa
Presidente da Opentech
Podemos dizer que 2015 será novamente um período desafiador para os negócios e as empresas no Brasil. O pessimismo diante do cenário brasileiro se faz presente e é justamente nesta hora que os líderes assumem papel fundamental perante suas equipes, principalmente nos quesitos de retenção e satisfação.Como nosso cenário deverá ser de PIB insignificante, com empresários inseguros na hora de realizar investimentos e o governo tendo de cortar gastos públicos, certamente teremos pouca margem para méritos e promoções.
É neste contexto que surge o papel mais influente do líder. Um líder preparado e experiente deve motivar sua equipe, mostrando que o momento faz parte de uma “travessia” e que, para superá-la, é necessário acreditar e permanecer juntos. Criar um ambiente agradável de trabalho, por exemplo, nem sempre exige altos investimentos. Uma alternativa é aumentar a oferta de cursos e treinamentos internos, medidas de baixo impacto financeiro, mas de significativos resultados.
Assim, fica mais fácil reter os talentos na empresa, preservando o capital intelectual. As pessoas são o verdadeiro patrimônio das companhias e é papel do líder encontrar os caminhos para motivá-las. Por outro lado, se controlar o turnover – mantendo-o adequado em momentos de pessimismo – é algo desafiador, temos uma tarefa ainda maior: aumentar a performance dos que permanecem na empresa e, com isso, melhorar a produtividade e os resultados.
Não há como não imaginar que em um ambiente econômico inseguro as empresas diminuam suas folhas salariais, sobretudo nas áreas consideradas indiretas ou que não estão associadas com as receitas. Mas manter o foco na qualificação e retenção de talentos pode ser um divisor de águas em tempos difíceis. Desta forma, é necessário ter em mente que, mesmo diante de um ano de turbulências, reter profissionais competentes e talentosos, fazendo mais com menos, é fator determinante para o sucesso dos negócios.
O papel da liderança em tempos de incerteza é o mesmo que em outros momentos.
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