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Bruno Meira
Autoconhecimento. Para algumas pessoas, falar sobre assuntos que parecem com temas de livros de autoajuda não é algo tão cativante. Eu entendo, é difícil criar interesse por algo que não conhecemos, ainda mais sem saber quais são os seus reais benefícios.
Mas, e se eu disser a você que autoconhecimento é uma técnica (particularmente prefiro denominá-la assim) que auxilia qualquer pessoa, por exemplo, a identificar em quais áreas profissionais aproveitar melhor as suas habilidades, a escolher com maior facilidade sua profissão, a controlar suas emoções na hora de pedir um aumento para o seu chefe ou até mesmo se tornar uma pessoa mais compreensível e agradável com sua família. E agora? Esse assunto parece relevante para você? Sim? Que legal, então vamos lá.
Os meus objetivos ao final deste artigo são apenas 2. O primeiro é que você consiga tomar consciência de suas forças pessoais e consiga controlá-las; o segundo é que você perceba as influências que suas ações têm no ambiente e nas pessoas que estão ao seu redor diariamente. Neste artigo você verá 4 técnicas para por em prática. Você vai se surpreender com o poder que o 4º tópico tem, muitas pessoas ignoram esta dica. Mas, antes de chegarmos lá, é importante que você tente se recordar se já passou por alguma das situações abaixo:
- Tente se lembrar de algum momento de nervosismo ou medo que o levou a tomar uma atitude por impulso e depois se arrependeu entendendo que poderia ter tido um comportamento diferente!
- Já insultou alguém no trânsito, por exemplo?
- Já teve dificuldade de expor sua opinião ou suas ideias para o seu chefe ou um grupo de amigos?
Sugeriria que você tivesse em mente uma dessas situações enquanto lê este artigo e tentasse identificar em quais dos tópicos abaixo seriam úteis para você tomar uma atitude diferente na próxima oportunidade.
Vamos ao primeiro ponto:
Antes de continuarmos, é importante que você entenda esse conceito: o autoconhecimento é conhecer-se a si mesmo (meio interno) a fim de obter resultados mais satisfatórios ou, no mínimo, calculáveis (meio externo) decorrentes de suas atitudes. OK?
1. Observe suas reações em cada situação (histórico)
Como você reage quando alguém no seu trabalho tem uma atitude que você julga injusta ou inadequada? E se algum familiar tem um costume que te desagrada e altera seu humor, qual a sua primeira reação? Tente analisar que atitudes você tem quando está cansado ou o que você está fazendo quando te criticam. Você notará que seus comportamentos diante dessas situações, não importa quantas vezes aconteçam, provocam reações muito parecidas. Observando isso, você consegue notar em quais momentos você demonstra mais fragilidade e em quais obtém maior controle sobre si mesmo. Dessa forma, você conseguirá modificar seus comportamentos a ponto de escolher quais hábitos deseja manter e quais deseja eliminar. Resultado esperado: perceber o seu tom de voz, as expressões faciais, a velocidade nos gestos, a dificuldade ou facilidade de olhos nos olhos, o quanto você gagueja para falar, se começa a falar rápido demais, se arregala os olhos ou se ri deliberadamente, por exemplo.
2. Autocrítica é fundamental!
Desse não tem como escapar. A autocrítica é algo intrínseco ao autoconhecimento. Conforme você observa atentamente suas reações é importante tentar enxergá-las sob outro ângulo. Seja do ponto de vista do seu colega, do seu marido, esposa, ou até do seu chefe. Este mecanismo é o que te dá a chance de correção de alguma atitude ou reação que, provavelmente, você não se deu conta de seus reais efeitos. É como olhar no espelho e perceber que a barba está desalinhada ou que a franja do seu novo corte de cabelo não está bem arrumada. Essa é a única chance que você tem de corrigir, quando percebe que há algo em desfalque diante do espelho. Mas cuidado, este é um recurso que deve ser utilizado com cautela. Exigir-se demais e só enxergar os seus pontos negativos são as suas armadilhas fáceis de cair quando você estiver nesta etapa. Resultado esperado: encontrar um bom senso nas suas atitudes, coloque em cheque as suas convicções (“Por que razão mesmo estou me considerando o certo da história?”), essa etapa consiste em reconhecer os pontos fortes e pontos fracos de cada atitude de forma a não se exaltar, analise humildemente.Tente imaginar o que as pessoas mais importantes para você diriam sobre esse comportamento.
3. Agora, dê os toques finais e prepare-se para por em prática!
É impressionante como as pessoas acreditam que é preciso se preparar somente para falar em público ou para ter uma conversa séria com o marido/esposa. Para tudo na vida exige preparação. Se você sabe que tem um temperamento forte no trânsito tente preparar-se para as eventualidades de uma buzinada ou de uma barbeiragem que possam acontecer no seu trajeto ao trabalho. Tente projetar qual será a sua possível reação caso isso aconteça. É incrível como nós automaticamente escolhemos aquela reação que vislumbramos. Se no decorrer do dia você terá uma conversa difícil com alguém, tente imaginar as mais variadas reações que a pessoa pode ter, não somente pensando do seu modo de agir, mas do modo em que aquela pessoa costuma reagir às críticas ou até mesmo aos elogios (empatia), desse modo, você pode tentar projetar também as suas reações. Preparar-se para as situações que exigem um maior controle emocional é essencial para por em prática os resultados das etapas 1 e 2. Resultado esperado: ter claramente a forma que gostaria de reagir a determinado evento e imaginar como isso de fato aconteceria, se não imaginar, ou seja, se de fato não tentar visualizar mentalmente a situação, não haverá resultado satisfatório!
4. Atente-se ao seu estado físico e emocional!
Relaxe. Exatamente. Respire profundamente, pelo menos, 2 vezes antes de continuar lendo. Sente-se de forma correta ou arrume a sua postura onde estiver. Perceba a sutil e importante mudança no seu corpo e sensações como um todo ao respirar. Muito provavelmente você estava em estado de tensão e pelo menos alguma parte do seu corpo estava contraída (seja as sobrancelhas ou ombros), ou no mínimo, faz tempo que não respira tão profundamente. Este exercício faz você voltar ao estado de tranquilidade, alguns especialistas chamam de estado neutro. Observe nos momentos difíceis do seu dia o estado físico e emocional em que você se encontra. Tente recompor-se. Esse é o exercício fundamental para controlar suas ações, tornar consciente o seu estado de espírito. Resultado esperado: sentir-se mais leve, mais centrado, obter o domínio de suas emoções e mantê-las equilibradas. Os extremos das emoções estimulam a tomada de decisões imediatas sem calcular as consequências. (Repare que quando está muito empolgado com algo aleatório dificilmente rejeitará um convite para uma saída após o expediente ou no final de semana ou quando está muito irritado dificilmente deixará passar em branco uma desavença).
O autoconhecimento é uma prática interminável, por isso, não acredite que se tornou um produto perfeito ao repetir essas etapas 10, 20 ou 30 vezes. No entanto, quanto mais exercitar maior será a sua facilidade para controlar-se em situações difíceis ou indesejadas. Se ao final destes passos algo deu errado, volte ao primeiro estágio e siga novamente lapidando os desvios, agora com mais foco e determinação.
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E não se esqueça, o homem é autossuficiente. Para mudar é preciso acreditar que é possível e só nós podemos fazer isso por nós mesmos.
"Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses." - Sócrates
Entenda os benefícios e como alcançar os resultados da prática do autoconhecimento.
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