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O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é um dos maiores desafios da sociedade atual, principalmente quando você se torna escravo do dinheiro, do status, da competição desenfreada por quinze minutos de fama.
A questão é bem simples: tudo na vida resume-se a escolhas e consequências. Há um preço a ser pago em tudo aquilo que buscamos, dizemos e fazemos. Como dizia o poeta chileno Pablo Neruda, você é livre para fazer suas escolhas, mas será sempre refém das suas consequências.
Napoleão Bonaparte pagou um alto preço pelas suas escolhas, Steve Jobs também. Não foi diferente com Gandhi e Eike Batista, Obama e Bill Gates. A torcedora do Grêmio, flagrada pelas câmeras de TV no momento em que gritava “macaco” para o Goleiro Aranha, do Santos, fez uma escolha equivocada e, no embalo da torcida, acabou pagando um alto preço imposto pela voracidade da mídia.
O fato é que na vida todo mundo faz escolhas e, na maioria das vezes, o preço resume-se a fama e fortuna, dor e sacrifício, miséria e glória. Se você está certo ou errado nas suas escolhas, não me cabe julgar, o fato é que a cobrança é implacável, em todos os sentidos.
No mundo de hoje, a vida continua nos desafiando permanentemente e, ao menor vacilo, somos levados a pensar que a maior quantidade de dinheiro possível será capaz de resolver todos os nossos problemas. Assim, muitos se sujeitam a trabalhar dez, doze, catorze horas por dia, impondo sacrifícios à família, à saúde e ao próprio futuro.
Qual foi a última vez que você foi a algum lugar diferente do shopping? Qual foi a última vez que você saiu para comer uma pizza com a família? Qual foi o último dia em que conseguiu sair um pouco mais cedo do trabalho para buscar o filho na escola? Há quanto tempo você não caminha, não ri de doer a barriga, não vê o por do sol, não cozinha para você mesmo? Há quanto tempo você não lê um livro, do começo ao fim? São pequenas coisas que fazem uma enorme diferença na sua qualidade de vida.
Apesar da preocupação excessiva com a necessidade de ganhar dinheiro, existe vida além do trabalho. Os antigos gregos defendiam a divisão equilibrada do tempo, de forma que o ideal seria dedicar 1/3 do dia para cada etapa importante da nossa vida: trabalho, vida pessoal (lazer/família) e descanso. O desequilíbrio em qualquer uma das etapas provoca desperdício de tempo e energia vital.
Existem grandes chances de se reverter a situação, desde que também exista consciência do desequilíbrio e, principalmente, vontade para mudar os acontecimentos. É quando você “chuta o balde” e decide agir diferente, estabelecendo um prazo para declarar a própria independência. Se a maioria dos países conseguiu se livrar da escravidão imposta por seus colonizadores, porque você não seria capaz de se livrar da escravidão profissional e fazer o mesmo?
O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é uma arte que mistura razão e emoção, não se pode conquistá-lo apenas com o simples desejo, exige tempo e amadurecimento. Confesso que avancei um bocado nisso e ainda tenho muito a realizar, entretanto, sinto-me à vontade para compartilhar minha experiência sobre o assunto. Quer conseguir um equilíbrio razoável na vida pessoal e profissional?
Estabeleça prioridades: primeiro o mais importante e, como diria Goethe, o grande poeta alemão, as coisas mais importantes não devem ficar à mercê das coisas menos importantes. Em suma: não perca tempo com bobagens que não agregam valor.
Gerencie seu tempo: não seja alienado, do tipo que leva o colchão de dormir para a empresa a fim de arranjar mais tempo para se dedicar ao trabalho; existe trabalho, vida pessoal e descanso, existe vida fora do trabalho.
Um mínimo de planejamento: organize suas atividades profissionais e pessoais para dar sentido e vazão à criação produtiva. Nada prospera sem um mínimo de planejamento e organização.
Exercite a flexibilidade: seja firme no seu propósito de vida e não abra mão de suas convicções, porém não se torne escravo da agenda e do planejamento. O sucesso na vida profissional jamais compensará o fracasso na vida pessoal.
Atribua responsabilidades: não queira ser o “dono do mundo” nem o “dono da verdade”. Compartilhe, divida, delegue, pois as pessoas ao redor são tão importantes, produtivas e competentes quanto você.
Viva a arte do relacionamento: comece no círculo pessoal, respeite os amigos, vizinhos e familiares. Os relacionamentos saudáveis são a base da autoestima elevada, da felicidade e da autorrealização.
Conheça a si mesmo: primeiro compreender, depois ser compreendido, lembra? Quando você sabe das suas qualidades, mas reconhece os próprios defeitos e limitações, as mudanças positivas fluem com mais naturalidade.
Seja otimista: para tudo na vida existe uma ou mais saídas, portanto, encare os problemas sempre sob um olhar otimista. Não se entregue antes do tempo. Os pessimistas são meros expectadores.
Tudo na vida é relativo: uma situação de desconforto não é para sempre, as crises oscilam e aqueles que mantêm a serenidade prosperam.
Lembre-se do ócio criativo: de acordo com Domenico De Masi, sociólogo italiano, “para produzir mais, devemos trabalhar menos”, portanto, o ideal é não fazer nada de vez em quando e mergulhar no espaço vazio.
Equilibrar a vida pessoal e profissional exige consciência do problema e mudança de comportamento, caso contrário, a vida continuará batendo na sua cabeça até deixá-lo amargo, ranzinza, pessimista, especialista em reclamação, a ponto de ninguém mais se sentir confortável com a sua presença.
E você sabe muito bem onde muitos filhos, noras e genros querem colocar os idosos depois de certa idade, portanto, quanto mais alegre, mais humano, mais otimista e mais perto deles você estiver, melhor a sua perspectiva de futuro.
Pense nisso e seja bem mais feliz!
Equilibrar a vida pessoal e profissional exige consciência do problema e mudança de comportamento, caso contrário, você será sempre refém das suas escolhas.
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