Banner
Notícias
Marcos Reitano
Faço parte daqueles que têm uma forte sensação de que os modelos de gestão estão ficando obsoletos e que são necessárias novas formas de atuar, porém com a desconfortável consciência de que não sabem exatamente como.
Desconforto! É isto que gera a tal Tensão Criativa que nos fala Peter Senge. Quando a realidade é diferente daquilo que desejamos, e se realmente queremos transformá-la, ficamos tensionados para fazer algo diferente, para criar. O primeiro estágio para mudar é o desconforto.
Uma das realidades organizacionais que mais me impressiona é a quase absoluta falta de cooperação entre áreas, a falta da chamada colaboração cruzada. Invariavelmente as empresas mencionam, entre os aspectos da realidade que gostariam de transformar, o fato de que funcionam em silos, que há baixo foco na agenda institucional, que há muitos conflitos interdepartamentais e que individualismo, ego e competição entre as pessoas estão demasiadamente intensos.
A baixa colaboração cruzada decorre do modelo de gestão que focaliza a empresa principalmente na vertical. Metas e métricas são definidas e cobradas essencialmente no âmbito de gestão das áreas. A pressão por resultados acontece dentro das áreas. As consequências boas ou ruins são determinadas pelo que é feito e produzido nas áreas. Promoções são, na esmagadora maioria, no eixo vertical.
Posturas competitivas e individualistas são incentivadas por modelos de avaliação de desempenho com base em ranking. Modelos mentais profundamente arraigados do tipo “o mundo é dos mais fortes”, “cada um cuida do seu pedaço”, “faço a minha parte, faça a sua” ou “quem colabora muito não sabe dizer não”, são acolhidos sem muito questionamento.
É fácil entender porque as empresas querem (e precisam) mudar. Estes padrões de funcionamento não atendem aos desafios de dar respostas cada vez mais rápidas à questões cada vez mais complexas. A interdependência entre áreas e pessoas nunca foi tão necessária para que os processos essenciais da empresa, que ocorrem na horizontal, sejam bem realizados.
É necessário explorar mais a sabedoria coletiva, a pluralidade de perspectivas, o trabalho integrado e sinérgico entre as pessoas, a responsabilização pelo todo.
Um bom ponto de partida é reconhecer que as pessoas agem como agem não apenas por força de seu perfil, mas também em função de como percebem o ambiente. Para conseguir mudar é necessário não só agir no âmbito das pessoas, ajudando-as a desenvolver nova perspectiva sobre o trabalho, mas também e principalmente mexer nas variáveis do ambiente que determinam os comportamentos que devem ser modificados.
Nesse ponto reside a importância de fazer algo diferente, colocando o foco da gestão também no eixo horizontal. Algumas ideias para isso:
1- Antes de tudo, dar clareza do que se espera das pessoas, não só em resultados mas também em comportamentos. E isto precisa vir recheado de significado sobre a importância e os benefícios de mudar.
2- É necessário ter metas compartilhadas entre pessoas que trabalham em áreas diferentes, com peso relevante no processo de avaliação para que sejam priorizadas no dia a dia.
3- Metas compartilhadas devem representar resultados próximos ao nível de atuação das pessoas. Isto porque as pessoas precisam ver seu trabalho diretamente refletido nas metas compartilhadas, sem o que a responsabilidade e a responsabilização mútua ficam muito difusas.
4- Identificar, reconhecer e dar destaque aos exemplos de postura colaborativa, que podem vir de grupos ou de indivíduos. Por outro lado, assegurar que os casos de comportamento contrário sejam coibidos.
5- Além de bom histórico de resultados, incluir a postura institucional, comportamento colaborativo e o protagonismo como pré-requisitos para promoções ao nível de liderança.
6- Dar mais espaço às avaliações cruzadas entre as áreas; não apenas avaliar as pessoas, mas também o trabalho realizado pelas áreas interconectas.
7- Proporcionar experiências práticas em áreas correlatas, favorecendo uma perspectiva mais abrangente e sistêmica do trabalho. Mecanismos como job rotation e equipes de projeto ampliam a visão sistêmica das pessoas.
8- Desafiar mais os processos de carreira, que privilegiam os movimentos verticais de ascensão profissional.
Os melhores caminhos para conseguir que pessoas e áreas passem a funcionar de forma mais sinérgica são próprios de cada organização. Mas o exemplo é tudo. Se a alta liderança não agir de acordo com o que espera, não terá força nem credibilidade para sustentar a mudança.
Faço parte daqueles que têm uma forte sensação de que os modelos de gestão estão ficando obsoletos e que são necessárias novas formas de atuar, porém com a desconfortável consciência de que não sabem exatamente como.
Dicas
-
• A importância da inteligência emocional para empreendedores
Infelizmente são poucos os que conseguem separar o lado pessoal do lado profissional e conseguem trabalhar em ambientes heterogêneos
• Complexo ou complicado?
O mundo empresarial reservou-se o direito de enquadrar-se em melhores práticas, gírias, termos e planos – o que pode levá-lo ao fracasso.
• 3 maneiras de aumentar sua concentração e se tornar mais produtivo
Saiba como fazer suas atividades de maneira mais eficiente
• 6 novas regras que podem afetar sua vida em 2015
Luz mais cara: no dia 1º, passou a vigorar o sistema de bandeiras tarifárias nas contas de luz que vai adicionar uma cobrança extra de acordo com a necessidade do consumo de energia térmica
• Entenda as vantagens de ser seu próprio chefe e empreenda em 2015
Se a insegurança é um dos motivos para que você não começar sua empresa, descubra alguns benefícios que empreender podem trazer
• Meu desejo de Ano Novo: que você não desista
A diferença entre o sucesso e o fracasso pode estar em nosso comportamento
• Saiba como evitar fraudes em compras no boleto
Durante o período de compras para presentes na época de Natal, naturalmente, o perigo de fraudes aumenta
• 10 passos para inovar em 2015
Para mudar esse cenário, a entrada do ano pode ser o momento ideal. Valter Pieracciani, que é também autor do livro "Usina de Inovações", cita os dez itens mais importantes para transformar a marca em sinônimo de inovação:
• Você sabe o que pode acontecer com quem falsifica um atestado médico?
A prática é crime e funcionário que forjar o documento pode ser demitido por justa causa
• Gestão de metas: Como implementar a metodologia OKR?
Nós temos um objetivo com este artigo, caro leitor: fazer com que você entenda a metodologia de OKR (Objectives and Key Results) e que isso te ajude a aplicá-la em sua organização.