Banner
Notícias
O dramaturgo e escritor irlandês Samuel Beckett cunhou, no conto Pra Frente o Pior, de 1983, um famoso conselho sobre o fracasso: “Tentar de novo. Falhar de novo. Melhor de novo. Ou melhor ou pior. Falhar pior de novo”.
A última alma a ser acometida pelo inconformismo com o fracasso é a jornalista americana de tendência libertária Megan McArdle, autora do recém-publicado The Up Side of Down (“O lado alto da queda”, numa tradução livre, sem edição no Brasil).
Megan, de 40 anos, que fez carreira cobrindo política e economia em revistas como The Economist e The Atlantic e atualmente escreve no site Bloomberg View, entrou nesse universo na tentativa de compreender a crise econômica americana.
Ela queria tirar lições do colapso financeiro mundial. Reuniu no livro as respostas que encontrou e relacionou o fracasso, também, com a carreira e a vida pessoal. Nesta entrevista, ela fala sobre como lidar positivamente com esse assunto desagradável.
Por que há tanto preconceito contra o fracasso?
Megan McArdle - O fracasso não é prazeroso. Quando algo vai mal, fugimos do assunto. Isso vale para os próprios fracassos e para os fracassos dos outros. Não encaramos os erros alheios porque começamos a pensar sobre os nossos.
Claro que temos de sentir desconforto com a derrota, ou faríamos repetidamente coisas perigosas e inúteis. Só que, para alcançar o sucesso, é necessário flertar com o erro: correr riscos e experimentar ideias. Quando fugimos do fracasso, estamos também fugindo da realização pessoal.
No livro, há a afirmação de que uma crise econômica, como a de 2008, traz lições positivas. Quais?
Megan McArdle - Não há local mais perigoso do que um lugar seguro. Gastamos tempo procurando por garantias — para o emprego ou os relacionamentos pessoais, por exemplo. Mas é exatamente quando as pessoas acham que alcançaram o equilíbrio e que não precisam mudar nada que estão correndo mais perigo. Como evitam pensar em fracasso, as pessoas se acomodam e não se preparam para o pior.
Em 2007, os americanos achavam que investir em imóveis era muito seguro e até os banqueiros acreditavam que não correriam riscos ao emprestar dinheiro para o financiamento de imóveis — afinal, eles tinham acesso a dados e sistemas que mostravam que os riscos eram baixos; e os lucros com as hipotecas, altíssimos.
Um ano depois, vimos como éramos tolos por achar que nada de ruim poderia nos atingir.
Como aprender com os erros?
Megan McArdle - O mais importante é reconhecer que erramos. Em vez de admitir que algo deu errado, as pessoas negam o fracasso a qualquer custo. Essa atitude faz com que a gente se sinta melhor, mas por pouco tempo. No longo prazo, isso transforma um erro que seria simples (se corrigido a tempo) em uma catástrofe. Quando o desastre acontece é difícil tirar lições do erro e seguir em frente. Afinal, você não está tentando apagar um incêndio, está lutando contra um vulcão.
É possível mudar esse comportamento viciado que nos faz camuflar o fracasso?
Megan McArdle - Sim, desde que comecemos a louvar as pessoas que correm riscos e que são audaciosas. É uma questão de atitude que deve ser praticada. Diante de um fracasso, o melhor a pensar é que a vítima não é uma fracassada, mas alguém que falhou, como a maioria dos grandes nomes da história, que vai aprender com o erro e seguir em frente.
Quando comecei a escrever o livro, eu já admitia que cometer erros era muito importante, mas não lidava tão bem assim com minhas próprias falhas. Só depois de ter pesquisado muito, de ter encontrado provas de quão positivo pode ser um fracasso e de ter visto que pessoas incríveis já cometeram erros terríveis é que eu comecei a me sentir mais preparada para correr riscos e para me reerguer caso minhas decisões dessem errado.
Como fracassar melhor?
Megan McArdle - Você tem de se convencer de que o fracasso é sempre uma possibilidade. Em vez de tentar fazer com que seu projeto não fracasse de jeito nenhum, evite que ele fracasse catastroficamente. Então, assuma sua falha. E o mais importante: siga em frente. As pessoas que tiram o melhor do fracasso e alcançam o sucesso são as que não demoram a dar a volta por cima.
Elas não perdem energia procurando um culpado para os erros nem gastam mais dinheiro tentando consertar algo fadado ao fracasso. Simplesmente seguem em frente. Todo mundo falha. Mas os únicos que fracassam miseravelmente são os que ficam presos aos erros do passado e não enxergam as possibilidades futuras.
Gostamos de pensar que o sucesso tem a ver com evitar o fracasso. Na verdade, o caminho do sucesso é o mesmo que leva ao fracasso. Nossa capacidade de experimentação é mais poderosa do que nossa capacidade de planejamento.
As empresas costumam punir os funcionários que erram. Isso prejudica os negócios?
Megan McArdle - Se os profissionais não estão falhando ou cometendo erros, é porque não estão trabalhando com força total, não estão aplicando todos os conhecimentos e também não estão muito engajados nos objetivos da empresa. Falta de erros é sinal de que a equipe não inova, apenas executa tarefas que já foram executadas milhares e milhares de vezes anteriormente.
O que significa que, em algum momento, essa empresa pode ter seu negócio ameaçado por uma companhia mais criativa, que não tenha medo de arriscar.
Claro que as empresas não podem admitir falhas colossais que coloquem o negócio em risco, mas é importante que se permitam erros calculados. Só as empresas que enxergam as falhas como parte fundamental do desenvolvimento do negócio se mantêm no topo.
O país em que vivemos influencia o modo como encaramos o fracasso. Nos Estados Unidos, fracassar não é algo tão negativo assim, por quê?
Megan McArdle - Os Estados Unidos são, literalmente, a nação dos fracassados. Com exceção de grupos minoritários, a maioria dos americanos está no país porque seus ancestrais falharam em algum momento da vida e resolveram começar tudo de novo em outro lugar — que calhou de ser os Estados Unidos por questões sociais da época das imigrações. Por isso, culturalmente, os americanos costumam enxergar o fracasso como um ótimo começo, e não como o resultado negativo de uma ação.
Se você quer chegar ao topo, o primeiro passo é aprender a falhar. A jornalista americana Megan McArdle, colunista do site Bloomberg View, explica como errar (bem) pode levar ao sucesso
Novidades
-
• IRPF 2017: Documentos fiscais
Conforme cronograma divulgado pela Receita Federal em 06/01/2017, o prazo para entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2017
• Definido regras do Programa de Regularização Tributária – PRT para débitos inscritos em Dívida Ativa
A Procuradora Geral da Fazenda Nacional – PGFN definiu as regras do Programa de Regularização Tributária – PRT para débitos inscritos em Dívida Ativa
• Compreenda a polêmica Lei que muda o ISS
A Lei Complementar nº 157/2016, publicada em 30 de dezembro de 2016, reforma o Imposto sobre Serviços de qualquer natureza – ISS, incluindo todos os serviços de streaming de áudio e vídeo, como Netflix e Spotify, que passarão a pagar o imposto
• Débitos Previdenciários Poderão ser Pagos em até 120 Meses
Através da Instrução Normativa RFB 1.687/2017 a Receita Federal disciplinou o Programa de Regularização Tributária – PRT, estabelecido pela Medida Provisória 766/2017.
• Calendário de saque do FGTS que circula pelo WhatsApp é falso
Datas para o resgate dos saldos de contas inativas ainda não foram divulgadas pelo governo
• Se você não sabe como dar nome a uma empresa essas 13 dicas vão esclarecer como encontrar um nome único e incrível para a sua empresa.
Se vocês está criando uma empresa precisa entender que ela será para seus clientes o que nome da empresa diz.
• Prazo de entrega da declaração do IR de 2017 começa no dia 2 de março
A Receita liberou o programa da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física de 2017, ano base 2016
• Renegociação do Simples Nacional vai até 31 de janeiro
Quase metade dos pequenos negócios que estavam com débitos no Simples Nacional, e que foram notificados pela Receita em setembro do ano passado, parcelaram suas dívidas e permaneceram com o direito de serem optantes desse sistema tributário
• Unificação de PIS e Cofins pode aumentar carga tributária sobre serviços
Proposta resultaria numa alíquota única de 9,25% e afetaria 1,5 milhão de empresas
• Lei proíbe prefeituras de conceder benefícios para redução do ISS
Norma do fim de 2016 estabelece alíquota mínima de 2%, caracteriza a concessão de carga tributária inferior como improbidade administrativa e cria novas fontes de receitas para os municípios como as atividades do Netflix e Spotify